sábado, 28 de abril de 2012

1 - O Início

  Era uma manhã de fevereiro comum, Renato, um garoto como outro qualquer, passeia sozinho na praça central de sua cidadezinha. Cabeça baixa, longe de tudo e de todos, perambula sem rumo. O estranho não é isso, nem mesmo sua aparência, o que difere esse jovem paulista é o seu redor: Ninguém se aproxima dele. Não fala com ninguém, vive sozinho, sem contato humano. Porém, sempre há esse "porém", ele é um gênio. Seus desenhos pendurados do lado de fora do seu apartamento no primeiro andar, suas tardes sentado do estacionamento com um pedaço de giz descobrindo e solucionando, tudo em seus atos demonstram sua genialidade. Com quem aprendeu? Talvez jamais saberemos, uma vez que seus passos são sempre isolados.
  Ao vê-lo, percebe-se que fala muito, mas a pessoa mais próxima encontra-se muito afastada para ouvir tais palavras. Falar sozinho faz parte de ser um gênio? Talvez, só sendo um para descobrir. Parece até que é invisível aos olhos comuns das pessoas. Sua voz some no meio da multidão.
  "Vamos, não temos tempo a perder", disse Renato ao "nada", "Tenho planos muito importantes hoje, tenho que terminar o desenho daquela garota que te falei".
  Renato, em um diálogo complexo, responde, pergunta, especula, briga, se desculpa. Não é um garoto normal mesmo. "...Eu sei que eu não devia, mas sinto que ela seja um pedaço que saiu de mim. É estranho, eu sei, mas parece que quanto mais eu a desenho, mais a personifico, mais ela existe. Ela pode não ser real, mas eu a crio, da ponta do meu lápis faço ela nascer no papel. Para mim, ela é real, perfeita. Não importa o que diga"
  Ao chegar ao apartamento, pega suas chaves para abrir a porta quanto sente um toque. Olha para traz e ouve uma voz. O corredor está deserto, mas ele continua conversando. "Chega! Eu sei do que você está falando, mas não vai adiantar, é algo meu."
  A porta se abre, o cheiro de suor e mofo inunda a moradia. O quarto e a cozinha estão arrumados, mas a sala possui um monte de cartas perfeitamente empilhadas em forma de pirâmide, revistas diversas abertas e esparramadas sobre o sofá. Janelas fechadas criam um clima sombrio no ambiente. A luz do sol penetra nas frestas da janela, o que cria uma pequena linha de iluminação sobre a cama.
  Nela, se encontra um ursinho de pelúcia marrom velho, faltando um olho, um travesseiro e um lençol perfeitamente dobrado sobre um colchão fino.
  O jovem joga sua mochila no canto do quarto e senta-se na cama. Olha para o lado com um olhar curioso. "Você realmente não é visto pelas outras pessoas? Digo, só eu posso te ver?"
  Mas o que? Há realmente alguém que o acompanha! Parece um homem!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Eterno

  Acompanhe a vida de um garoto normal, porém, nada comum. Tudo o que passa na cabeça dele, seus desejos, seus sonhos, suas esperanças. Acompanhe-o pela busca de alguém para amar, alguém para seguir o caminho da vida ao lado dele. Tudo o que passa na cabeça de um adolescente que sonha.