quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Uma história sem título - Capítulo 14°

  Rebeca estava chorando de alegria já, enquanto ele a olhava, ajoelhado, nos olhos e segurava a sua mão delicadamente, esperando com um sorriso no rosto pela resposta. Até que Rebeca recupera o fôlego por um período de tempo, o bastante para der-lhe, ao menos, uma resposta.
  - Sim, Gustavo Bertran, eu me caso com você. Serei a sua esposa por toda a vida com o maior prazer.
  Ela o puxou pela mão que ele segurava e beijou-o com vontade sob a infinidade de estrelas. Eles estavam felizes. E assim seria pelo resto da vida. O destino escolheu os dois para se juntarem, e apenas Deus iria separa-los, mas esse não era o plano Dele.















FIM

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Uma história sem título - Capítulo 13°

  Ainda era natal. Gustavo fora puxado por Rebeca para alguns passos da pequena multidão que havia na sala. - Esse daqui é o meu presente para você - Disse ela, entregando um pequeno embrulho. Era um livro. Ele sorriu de orelha a orelha, beijou-a e abraçou-a fortemente.
  - Muito obrigado, meu amor. Eu te amo.
  - Também te amo.
  - Obrigado por tudo.... Tudo mesmo.
  Ela sorriu e o beijou.
  - Venha - Disse ele -, preciso te dar o seu presente.
  - Não precisa, meu bem.
  - Preciso.
  Ele a puxou até o lado de fora. Rebeca ficava se perguntando "o que poderia ser", mas sem dizer uma única palavra. Ele falou para ela entrar, e sem questionar ela o fez. Saíram por fim com o carro de Gustavo. Ela não fazia ideia do que poderia ser. Rebeca pensava que estava na casa dele, mas o caminho que ele estava tomando era estranho, não tinha ligação nenhuma com o caminho que realmente iria para o apartamento dele. Ela se pôs a pensar do que poderia ser.
  Eram já quase uma hora da manhã, e eles ainda estavam no carro. Gustavo estava indo em direção à estrada. "O que será que ele quer na estrada?" pensava ela. "Ele está feliz, aquele sorriso que parece que nada pode tira-lo do rosto. Sua camisa preta é linda. Ele fica muito bem nela. Com o vento da estrada ainda.... E aquele cabelo... Tive muita sorte. Ele é lindo, gentil.... Mas o que será que ele quer aqui na estrada?"
  Então, depois de algum tempo pensando no que poderia ser, onde eles estariam indo, onde ele estaria a levando, ele parou o carro num lugar conhecido. Aquele mesmo lugar que foram no começo do ano passado ver as estrelas, o lugar onde ela dormiu no capô daquele mesmo carro. Ela estava feliz por estar naquele lugar especial sob as infinitas estrelas, mas pensativa do que ele poderia querer, poderia ter planejado para aquele momento.
  Eles ficaram por algum tempo olhando as estrelas ao lado do carro.
  - Eu te amo - Disse ele
  - Eu também - Disse ela.
  Ela queria perguntar, mas achava melhor ficar quieta e esperar que, no momento certo, ele mostrasse o porquê de eles estarem naquele lugar.
  Ele suspirou, colocou a mão dentro do carro, abriu o porta-luvas e pegou uma pequena caixa quadrada e entregou para Rebeca.
  - Abra - Disse ele.
  Ela o obedeceu e, lentamente, fora abrindo a caixa. Nela havia um acolchoado de panos e lenços que ele havia preparado, e no meio, uma caixinha aberta com um anel de brilhantes.Enquanto ela ficava surpresa e imóvel, ele ajoelhou-se em frente à ela e disse:
  - Rebeca Tayllor, você gostaria de ser a minha esposa? Pelo resto da vida para te amar e te proteger? Para te ter em minha vida até que todas essas estrelas se apaguem? Até que o sol perca o seu brilho e a lua nos deixe?

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Uma história sem título - Capítulo 12°

  - Vocês demoraram. Aonde foram?
  A mãe de Rebeca perguntou assim que Rebeca e Gustavo entraram. Ela estava junto do marido sentados no sofá esperando pelos dois. Pareciam estar calmos e recuperados do choque que a história de Gus lhes havia causado.
  -Não foi nada. Só fomos dar uma volta. Pegamos algumas roupas do Gus para ele tomar um banho aqui depois.
  Gustavo então pegou as suas coisas e foi para o banheiro. Rebeca ficou conversando com seus pais sobre assuntos aleatórios e que nada tinha de ligação com ele.

  Mais tarde, por volta das 20 horas daquele dia, começaram a bater à porta e tocar a campainha, chamando os nomes de quem estava lá dentro como o da Rebeca, o da sua prima e dos seus pais. Alguns que chegavam mais tarde, e sabiam da presença de outros que haviam no recinto também arriscavam em chamar-lhes, mesmo que quase ninguém fazia esse escarcéu, preferiam o modo básico de tocar a campainha ou dar leves socos na porta.
  A casa estava cheia. Primos e primas que longe moravam estavam bebendo, rindo e se divertindo naquela casa, avôs e avós que há muito não viam seus netos e alguns de seus filhos também estavam lá. Tios, tias rindo e falando as típicas frases "Como você cresceu!", "E as namoradinhas?" para os meninos, sendo que muitos nem sequer pensava nisso, causando-lhes um rosto vermelho e uma vergonha que lhe subia junto do sangue, "E os namoradinhos?" para as meninas, tendo, as mais novas, as mesmas reações que os garotos. Abraços demorados e cheios de saudade (ao menos, era o que se deixavam transparecer) eram distribuídos a todos. As crianças corriam de um lado para o outro, as tias de Rebeca ficavam rindo com um copo de vinho na mão de cada uma delas falando das fofocas do ano todo e lembrando de coisas de 10 anos atrás, as mesmas coisas eram lembradas todos os anos pelas mesmas pessoas para as mesmas pessoas. Os tios riam falando de futebol e brincando como crianças para zoar do time do outro por causa de uma derrota, que tentava ele arranjar uma desculpa. Nenhum escapava.
  Todos estavam se divertindo, como todo natal deveria ser.

  Depois de todos jantarem, comido o pavê ("é pavê ou...." disse um dos tios chatos. Me recuso a repetir tudo), sorvete e outras guloseimas mais também, foram todos para a sala, onde ficava a árvore, um pinheiro de quase dois metros de altura enfeitada de globos, luzes e demais enfeites natalinos. Estava linda para o natal e fora enfeitada por Rebeca, seus pais e sua prima há dois dias atrás.
  Houve presentes para todas as crianças, que ficavam atônitas a cada novo pacote, a cada nova caixa aberta. Os tios, avôs e avós também participaram da troca. Todos riam bastante.
  - Gustavo, venha cá. - Disse Paula, deixando ele surpreso - Esse aqui é nosso. Espero que goste. É pra mostrar que você já é da família. Espero que goste. - Ela sorriu para ele abraçando marido.
  Gustavo pegou a pequena caixa preta com um laço branco no canto da caixa, abriu-a e lá havia um pequeno perfume. Ele não sorriu de imediato, ficou surpreso e sem ação. Olhava imóvel para a caixa e em seguida para os sogros. Sorriu e, por impulso, fora os abraçar.
  - Muito obrigado. Por tudo.
  E riram. Afinal, era natal. Vamos aproveitar.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Uma história sem título - Capítulo 11°

  Gustavo entrou no seu carro e, antes que saísse, Rebeca entrou sem dizer uma única palavra.
  - Rebeca, sai.
  - Não - Ela foi firme.
  - Rebeca, por favor, saia.
  - Não, Gustavo, eu não vou sair. Eu não vou deixar você fazer nenhuma besteira. Eu não vou deixar você sozinho, principalmente nesse momento que você está sofrendo!
  - Eu não estou sofrendo....
  - Está sim! - Disse ela com um leve grito interrompendo-o - Você está lembrando do seu pai, está sentindo a dor pela falta dele. Isso é normal, eu sei. Você está muito triste e eu to aqui com você. Eu te amo, e não vou te deixar no momento que você mais precisa.
  - Eu só quero estar sozinho.
  - Então vou ficar sozinha com você. Eu não vou sair desse carro, e se você sair, vou atrás você. Não vou te abandonar.
  Gustavo ficou encarando o horizonte com as mãos no volante ao som do motor de seu carro. Ficou pensativo por algum tempo naquele silencio de palavras. Fechou os olhos, abaixou a cabeça e deu um leve suspiro apertando o volante com as mãos. - Está bem. Você vai comigo - Ele respondeu saindo calmamente com o carro.
  Dirigiu por quase vinte minutos sem rumo, virando aleatoriamente até, por fim, parar na sua casa. Ela foi atrás dele. Entraram. Ela ficou em pé atrás dele, enquanto ele pegava algo no fundo do armário do quarto dele. Deixou sobre a mesa uma garrava de Jack Daniel's, deixou sobre a mesa da cozinha e pegou dois copos pequenos. Rebeca estava parada na frente dele do outro lado da mesa com os braços cruzados e olhando fixo para ele. - Eu não vou beber - Ele deu de ombros e começou a tomar. Uma, duas, três doses. Quando pensou na quarta dose, ele ficou encarando a garrafa, e apenas ouviu uma voz feminina. - Não. Vamos voltar. Ele a obedeceu. Fechou a garrafa e deixou tudo lá sobre a mesa mesmo. O efeito o uísque não lhe subira à cabeça. Ficaram quase duas horas lá antes de partirem de volta.
  Voltaram, por fim, para a casa dela. Gus saiu do carro e, antes que ele fechasse a porta, ela saiu, deu a volta no carro e parou bem na sua frente. Ele então colocou-a de costas para o carro e abraçou com força, como se era para ter certeza que ela não escaparia. Ela retribuiu, sentindo o perfume delicioso dele. O perfume que ela tanto amava. Enquanto ela respirava fundo para sentir o cheiro dele, ele sussurrava no ouvido dela "obrigado".
  Gustavo estava chorando. Ficaram um minuto, talvez dois lá, parados ao lado do Camaro em frente à casa de Rebeca e sua prima, abraçados. Gustavo estava lembrando de toda a cena que se passava:

  Era numa quarta-feira. Por volta das 15 horas daquele dia que era um dos dias iniciais do mês de outubro, Gustavo estava trabalhando, terminando uma matéria quando recebeu uma ligação. Era do seu pai.
  - Hey Guga! - O ânimo, a alegria e êxtase era facilmente percebido pela voz radiante de seu pai.
  - Olá pai! Está tudo bem com você?
  - Está tudo ótimo. Melhor impossível. Tenho uma coisa para te contar!
  - E o que seria? - Disse, sério e concentrado no seu trabalho, como se estivesse louco pelo fim da ligação.
  No fundo do telefone, Gustavo escutava um ronco forte de motor. A expressão dele mudou completamente ao escutar aquele ronco. Uma alegria arrebatadora lhe subia pelo corpo. - E-esse é o Corvete? - disse ele gaguejando, como se não acreditasse.
  - Sim - Disse o pai dele, pisando no acelerador novamente fazendo o motor rugir novamente.
  - Não estou acreditando. E ele está funcionando tudo certo?
  - Ainda não sei. Ele ligou e, pelo som, está impecável. Quero dar uma volta inaugurativa com ele, e achei que gostaria de vir comigo.
  Gustavo ficou extasiado. - Estarei aí em 15 minutos.
  - Estarei te esperando - disse o pai dele rindo, antes de desligar o telefone.
  Antes de dar quinze minutos, Gustavo chegara na casa de seu pai que lhe esperava sentado naquele Corvete 94' amarelo com detalhes pretos. Gustavo ficou boquiaberto ao ver o carro que estava como novo, enquanto lhe via à mente as imagens de quando aquele mesmo carro havia chegado na garagem do pai. O carro estava quase todo enferrujado, com a pintura descascando, um motor pelas metades, bancos rasgados e mofados, faltando uma roda além do estepe... Normalmente, as pessoas diriam que não tinha jeito de arrumar aquele carro, que não deveria ter saído do ferro-velho, mas o pai do Gustavo não era comum, via conserto e ainda por cima fazia acontecer. Parecia um dom que ele tinha.
  Após toda admiração, saíram para dar uma volta, para sentir como havia ficado os reparos. Freava bruscamente, chegando a assustar Gus, só para "testar" os freios (que estavam funcionando muito bem, aliás), rindo da cara que seu filho fazia. Virava de um lado para o outro da rua, estavam brincando com o carro.
  Pai e filho se divertindo muito como deveria ser. Até que, num cruzamento, pararam no sinal vermelho, sem parar de rir. Gustavo olhou para o seu pai e, mudando sua expressão de alegria para surpreso, medo, ele via um carro que estava tentando fazer a curva, mas que perdera a tração traseira e estava vindo sem controle. Ele olhou o terror nos olhos do motorista instantes antes do acidente. O seu pai nada vira, estava distraído olhando para o filho e rindo.
  Quando aconteceu, o Honda estava vindo cerca de 60 Km/h no instante que bateu. Acertou em cheio a porta do lado de seu pai, acarretando-lhe uma fratura de 3 costelas. Chegando no hospital, descobriram que havia, também, perfurado o pulmão. Gustavo estava inconsolável e extremamente abatido. Via o seu pai, com 62, no hospital, enfaixado e imobilizado, torcendo pelo melhor. Ficou três dias naquele quarto. Mal comia ou bebia algo, não conseguia dormir. Ficava sentado na cadeira olhando o seu pai em coma induzido e torcendo pelo melhor. Infelizmente, o seu pai não resistiu e veio a falecer. O motorista do outro carro também fora para o hospital devido a uma batida violenta da cabeça com o volante. Cortou a testa, uma leve fratura no nariz e uma pequena rachadura no crânio, mas não houve mais notícias dele.
  Rebeca até ficou com Gustavo no hospital, mas era como se ela não estivesse lá. Gustavo nem sequer falava ou olhava para ela. Ficava apenas sentado na poltrona ao lado da cama de seu pai, o olhando fixo. Apesar de tudo, fora essencial  para ele a presença de sua amada.

  Ele deu um passo para trás, enxugou as lágrimas e disse, mais uma vez, agora mais alto. - Obrigado.
  Ela sorriu para ele, beijou-lhe o queixo e foram, a passos lentos e de mãos dadas, para casa.
  - Eu te trouxe umas roupas suas. Enquanto você procurava aquela garrafa, pequei algumas roupas suas e coloquei na minha bolsa. Tome um banho. Vai te relaxar um pouco.
  Ele sorriu para ela, beijou-a e entraram.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Uma história sem título - Capítulo 10°

  Meses se passaram, as estações mudaram, as pessoas cresceram, amadureceram. Gustavo e Rebeca continuam juntos e se amando cada dia mais. Rebeca ainda mora com a prima e Gustavo sozinho. A banda se desfez. André e Bruno se mudaram com uma semana de diferença um do outro. Enquanto Bruno fora para a Inglaterra, André ficou no Brasil ainda, ele se mudou para São Paulo e nenhum dos dois imagina quando irá voltar (isso é, se forem voltar).
  É, enfim, natal. Gustavo ajuda Rebeca e a mãe dela nos preparativos para a ceia de natal.
  - Então, Gustavo, vai ficar mesmo para ceia? - Perguntou Paula, mãe de Rebeca.
  - Se a senhora me permitir, sim.
  - É claro. Você já é da família. Viemos para cá para poder te conhecer. Será um prazer tê-lo à mesa conosco.
  - Obrigado - Ele sorriu para ela, que retribuiu com outro sorriso ainda mais alegre.
  Mais tarde, quando, por fim, terminaram, eles sentaram todos na sala para conversar. Os pais dela perguntaram o que ele fazia, a idade, de onde vinha, um interrogatório sobre a vida dele.
  - Então, Gustavo, e seus pais? O que fazem?
  Nesse momento, a expressão alegre e tranquila dele fora deixando o seu corpo, dando lugar à tristeza e reflexão. Ele ficou quieto, abaixou a cabeça olhando para o tapete felpudo, suas mãos se juntaram e seus dedos ficaram tensos, ele apertou os seus lábios e tentou, sem sucesso, segurar uma gota que estava no canto do seu olho. Por fim, ele tomou coragem, recuperou o fôlego, levantou o rosto com confiança e disse, por fim:
  - Desculpem. A minha mãe faleceu quando eu tinha 16 anos, pouco tempo antes de eu entrar na faculdade. Ela teve uma parada cardio-respiratória repentina e, mesmo depois de levá-la ao hospital, ela não resistiu e nos deixou dois dias depois. Pegou todo mundo de surpresa. Ela era muito saudável com tudo. O meu pai, infelizmente, morreu num acidente de carro há dois meses, quase três. Ele estava parado no sinal, estreando um carro que ele tinha acabado de consertar, um carro perdeu o controle e bateu na porta do carro dele. A pancada foi muito forte e, por já ter uma certa idade, não resistiu aos ferimentos.
  Gustavo deixa escapar outra lágrima. Todos ficaram sentidos. O clima fora mudado drasticamente de alegria para melancolia, luto. Um silêncio ensurdecedor tomou conta do lugar, até que Gus decidiu voltar a falar.
  - Gente, não precisam ficar assim por minha causa. Aconteceu e pronto. Desculpem, não queria deixar a casa nesse clima. Principalmente nessa data. Se me derem licença, vou para a cozinha beber uma água - E saiu a passos leves e lentos em direção à cozinha, contrastando a cabeça erguida e confiante que ele exibia ao sair da sala.
  - E-eu vou tomar um banho - Gaguejou Paula - As visitas devem estar pra chegar.
  Rebeca pediu licença ao pai e à prima e saiu em silêncio também. O ambiente, mesmo assim, ficou pesado, deixando todos muito pensativos.
  Chegou ela à cozinha, Gustavo estava com um copo de água à sua frente e ele de costas para a cozinha. Rebeca chegou abraçando-o por trás e apoiando a sua cabeça nas costas dele. Gustavo não esboçou reação, ficou ali olhando fixo para o copo, sem mostrar sentimento algum. Nem alegria ou tristeza, ódio ou compaixão. Nada. Sua feição era de alguém que não tinha emoções. Lembrar do seu pai foi um golpe muito forte para ele.
  Nenhum dos dois falavam uma só palavra. Apoiado com os dois punhos serrados sobre a mesa e o copo cheio no meio, ele apertava ainda mais as suas mãos e também os lábios. Por fim, virou-se para Rebeca, abraçou-a, beijou-se a testa e apenas disse uma única palavra antes de sair pela porta.
  - Desculpa

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Uma história sem título - Capítulo 9°

  Pouco depois das 20 horas daquele dia.
  Rebeca e Gustavo estavam chegando na festa. Gustavo elegante como sempre. Rebeca mais linda como nunca. Desceu então ele e, antes que ela agisse, como um verdadeiro cavalheiro, Gus abriu a porta para a jovem moça e lhe deu a mão. - Me permite? - Disse ele olhando nos lindos olhos dela que refletiam as luzes da rua. Ela apenas sorriu, corou-se e, apoiando delicadamente a sua mão na dele, saiu finalmente do carro. Foram os dois para festa. Ela com o braço dado ao dele. Eles formam um lindo casal.
  Entraram. Ele não conhecia ninguém lá dentro, realidade diferente de Rebeca, que a cada passo que dava via um conhecido diferente. A cada parada que faziam para conversar com algum amigo ou alguma amiga dela, Gustavo era apresentado.
  Depois de muita conversa, Rebeca teve uma ideia.
  - Ai, Gus.... Vamos dançar?
  Ele a olhou pensativo, mas decidiu aceitar o convite. Ela ficou muito feliz, comemorou com tímidos movimentos e o puxou até a pista de dança.
  Eles estavam se divertindo tanto. Num dado momento, vindo por trás de Gustavo, uma figura masculina não muito grande, mas que se fazia notar. Rebeca, então, o reconheceu, parou de dançar e chamou por ele.
  - Oi Marcelo!!!
  - Rebeca? É você?
  - Sou eu sim! Não sabia que estaria aqui!
  - Umas alunas me chamaram para vir. Não vou ficar muito. Mas não custa nada se divertir um pouco.
  Eles riram. Parado ao lado dela olhando com dúvidas para o homem que aparecera atrás dele e estava roubando a atenção de sua parceira, Gustavo não emite som algum, apenas fica olhando os dois.
  - Ah, Marcelo, esse daqui é o Gustavo. Um "amigo" meu. Ele é jornalista.
  - Prazer, Gustavo. Eu sou Marcelo. Sou um professor da faculdade. Ministro aula para Rebeca. Aliás, não sei se ela te contou, mas ajudei ela a encontrar a sala. Ela estava perdidinha na ora.
  - Prazer, Marcelo. Eu já sabia dessa, ela me contou. Fico feliz que tenha ajudado ela a se localizar.
  - Você faz jornalismo? Você se formou aonde?
  - Fiz UnB. Me mudei para UDI há alguns anos. É uma ótima cidade.
  - Meninos, eu já volto. Vou pegar uma bebida para mim. Fiquem conversando aí. - Rebeca saiu. Ela sabia que deveria deixar os dois sozinhos por um tempo. O ciúme na cara de ambos é gritante, porém, apenas os dois enciumados não perceberam.
  - Então.... Gustavo. Você conhece a Rebeca há quanto tempo?
  - Já fazem algumas semanas. Meses até. Conheci ela numa festa como essa.
  - Ah sim... Bem, já vou indo. Estão me chamando ali. Até mais.
  - Até....
  Gus ficou sério enquanto Rebeca voltava com dois copos. Entregou um para ele e o questionou do paradeiro do seu professor.
  - Ele disse que foi chamado. Não sei onde está, mas não deve estar longe. Saiu há poucos segundos.
  Ela o olhou com um um sorriso de lado e bochechas cheias, uma expressão de desconfianças. Num segundo mesmo já mudou para uma expressão mais alegre e, segurando pelo braço, chamou-o - Vamos sair daqui. Vamos lá para fora.
  Eles foram, então, para o quintal atrás da casa. Não tinha ninguém, porém, estava iluminado. Eles pararam de frente um para o outro a alguns metros da pequena piscina e iluminados apenas pelo luar e pelas duas lâmpadas próximas à porta. Ela passou as mãos sobre os ombros dele e entrelaçando os dedos por trás do pescoço dele. Rebeca o olhou bem nos olhos de cabeça erguida enquanto Gus segurava-a pela cintura.
  - Você não ficou com ciúmes, não é, Gus?
  - Ele a olhou com desdém, negando as palavras dela.
  - Não mente para mim Gus. Estava na cara. - Ela pensou em falar que estava com a mesma cara do Marcelo. Dizer que ambos estavam com ciúmes, mas achou melhor deixar essa informação apenas na sua mente, pois a informação poderia não ser muito bem recebida por ele. - Ele é só o meu professor.
  - Convenhamos, ele é bonito. Olhos azuis, jovem, cabelo da moda, boas roupas. Tá meio na cara o porquê as meninas o convidaram.
  Rebeca entendeu o ponto de vista dele. Não negou a beleza do seu professor.
  Sem uma palavra sequer, Rebeca se ergueu com os pés, aproximou-se do rosto de Gustavo, fechou os olhos e, antes que ele percebesse, seus lábios úmidos se tocaram. Em êxtase, um sentimento lhes subia à cabeça, o corpo estremeceu, seus corações bateram numa só frequência ritmada, dando o ritmo de uma canção perfeita que guiavam na dança dos seus espíritos enquanto seus corpos imóveis sentiam o calor um do outro, seus braços os traziam para mais perto, os copos no chão, derrubados pelos seus pés, nem sequer foram sentidos. No momento, não havia sentimento mais forte do que o deles a quilômetros de distância.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Uma história sem título - Capítulo 8°

  Era passado algumas semanas, e o nosso casal mais próximos do que nunca. Um não sabe ainda que o outro o ama.
  Se encontraram, então, num fim de semana. Foram ao cinema. Depois do filme, sentaram e ficaram conversando sobre a semana. Trabalho, faculdade, amigos, coisas importantes a se fazer.... O papo estava bom. A companhia não poderia ser melhor, mais agradável para ambos.
  - Ah, preciso te contar uma coisa. - Disse, ansiosa, Rebeca - Contar e te convidar. O pessoal da faculdade vai fazer uma festa no próximo fim de semana. Eu gostaria de ir, mas gostaria, também, que fosse comigo.
  Gustavo ficou um tanto surpreso até. Olhou ao redor, mas sem focar em nada. Pensando no que acabara de ouvir. Respirou fundo, suspirou e aceitou, de bom grado, o convite.

  Já na outra semana, Gus se apronta impecavelmente. Uma camisa e uma calça pretas, um sapato também preto, cabelo arrumado e exalando o seu perfume tão adorado para ele quanto pela sua amada. Olhou o relógio em seu pulso esquerdo e via que marcavam poucos minutos para as 19 horas. Se olhando no espelho, sorriu e disse para si mesmo em voz alta, como se conversasse com a figura que estava pousada em sua frente. - Está bonito.
  Pegou as chaves e partiu ao encontro de Rebeca. Estacionou o carro bem em frente à porta, desceu e, bem no momento de bater à porta, congelou. Preferiu gastar poucos segundos imaginando a sua imagem. Ela descendo as escadas com algum vestido, talvez um azul, deixando seus braços de fora à mercê do vento, assim como as suas costas. Cabelo preso e uma maquiagem simples, apenas para saciar a sua vaidade. Tocou, por fim, a campainha, não demorando muito para ser atendida.
  - Olá, Gus! Vamos, entre! Fique à vontade. Daqui a alguns minutos ela desce, já está terminando de se arrumar. - Juliana fora simpática à sua chegada. Sentou no sofá, apoiou seu tornozelo esquerdo no joelho da outra perna e esperou pacientemente pela jovem que viera buscar.
  O som da maçaneta acusou a chegada de Rebeca. Gustavo se levantou e olhou pronta e ansiosamente para a escada que viria ela descer. Cabelos soltos caindo apenas pelo ombro direito, maquiagem simples, um vestido que era segurado apenas pelo ombro esquerdo, que descia-lhe o busto e terminava na altura dos joelhos. Um vestido vermelho belíssimo que deixou boquiaberto o rapaz. O som do salto na madeira da escada ritmava a sua descida. Sua mão pousada delicadamente no corrimão mostrava a sutileza e a elegância que trouxera contigo.
  Ela se aproximou dele e disse - Vamos?
  Com a boca semiaberta com um sorriso de canto de boca, ele respondeu:
  - Você está.... LINDA!!!
  Ela abaixou a cabeça timidamente, sorrindo por trás das mechas de cabelo sobre seu rosto. Eles foram, por fim, ao carro. Antes de entrar, quando ele abriu a porta para ela, Rebeca o abraçou de olhos fechados, apoiando a cabeça no peito dele, e sorrindo ela disse - Eu tenho muita sorte de ter você. Obrigada. Você está muito lindo também.
  Ele sorriu e partiram para a festa.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Uma história sem título - Capítulo 7°

  Na outra semana, na volta da viajem de Gustavo, tudo estava indo bem. A matéria parecia der sido um sucesso, conheceu pessoas legais, se divertiu e passou um bom tempo na estrada, um dos seus lugares favoritos. Porém, não via a ora de se encontrar novamente com Rebeca, aquela mocinha ruiva que ele aprendeu a amar assim de repente.
  Chegando em casa foi ouvir, como de costume, os recados na secretária eletrônica. Não tinha muitos. Uma do Bruno se tratando dos ensaios, outra da Rebeca sobre a volta dele. Algo como "Que a viajem tenha sido tranquila e muito boa para você. Me liga quando chegar". Gustavo queria ligar, queria mesmo, mas acha que estaria atrapalhando. Não é normal ligar para alguém quase à meia noite. Ele tirou a camisa, pegou o celular e deixou o seu corpo cair sobre a cama. Ficou olhando o nome dela no celular, pensando se liga ou não para ela.
  O dilema se estendia, os ponteiros do relógio giram e nada dele decidir. Pega o controle da televisão, procura alguma programação do seu agrado, mas a sua mente está voando, pensando ainda se deveria ligar ou não. Por um lado, estaria atrapalhando ela, podendo até acordar, sem querer, alguém que não Rebeca. Por outro lado, ela deveria estar preocupada, pois sabia que chegaria hoje e que, se não liguei, algo poderia ter acontecido e ela deveria estar preocupada.
  Ele suspira, passa a mão no rosto, no cabelo e nada de decidir. Por fim, manda uma mensagem. "Você deve estar dormindo. Passei só para avisar que cheguei bem, a viajem foi boa. Longa, mas foi boa. Se você está dormindo e só leu de manhã, bom dia".
  Após enviar a mensagem, Gustavo foi tomar um banho. Poucos minutos depois, após desligar o chuveiro, ele escuta o seu celular tocando. Enrolou-se com a toalha e fora atender.
  - Alô?
  - Oi Gus! É a Rebeca! Não estava dormindo. Tinha acabado de  estudar.
  - Ah sim! Fiquei com medo de te acordar ou acordar a sua prima.
  - Não se preocupe. Como foi lá:? Se divertiu?
  - Ocorreu tudo bem. Fiz a matéria e, provavelmente, amanhã ou depois deve ser impresso. Admito que foi um pouco chato, mas voar nos balões é divertido. Esse é o lado bom de ser jornalista: Conhecemos pessoas interessantes em lugares diferentes fazendo coisas legais. Pegamos um pouco da diversão de cada um.
  - Fico feliz. Eu quero um dia viajar o mundo.
  - Podemos viajar um dia - Inconscientemente, Gustavo notou um livro que havia ganhado há alguns meses. "A Volta ao Mundo em 80 Dias" de Júlio Verne sobre a estante à sua frente. Riu em silêncio devido à coincidência.
  Eles ficaram conversando por um longo tempo. Gustavo colocou uma roupa enquanto falava e se deixou. Quando o relógio marcava alguns minutos antes das duas da manhã, no meio da conversa, Gus chamava por Rebeca. - Está aí ainda? Ou será que você dormiu? - Ele escutava apenas uma respiração leve, lenta e ritmada. - Vejo que dormiu mesmo - Ele sorriu. - Bem, não sei se está ouvindo mesmo, mas boa noite para você, meu anjo. Durma bem. - E desligou.
  Fora adormecer alguns minutos depois com um sorriso no rosto. Estava ele imaginando a jovem adormecida sobre a cama. As mãos pousadas delicadamente sobre a barriga, uma camisola simples que não mostrava nada, nem sequer desperta desejo em homens. Pensou uma imagem que despertara não um desejo pervertido, mas um amor e um desejo de estar jundo daquela jovem moça.
  Pensou então posteriormente que ela poderia estar deitada de lado, como se desejasse um último beijo do dia dado pelo homem que amava, vestindo uma grande camiseta velha de alguma banda que ela goste e um short simples. Mas essa mudança de imagem não diminuiu o seu desejo da presença da garota. Fechou então os olhos e lembrou do seu perfume, do toque de sua mão, da sua voz angelical e do sentimento de segurança e felicidade que sente ao estar jundo dela. Ele sabia, desde então, que estava a amando.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Uma história sem título - Capítulo 6°

   - Por que não me disse lá fora que era professor? Que seria o MEU professor?
  Rebeca, depois do fim da aula, abordou o seu novo professor. Indignada e surpresa de saber que o rapaz que a ajudara fosse o seu novo professor.
  - Você não perguntou. - Sorriu ele da graça que acabara de fazer. - Você só queria saber onde seria a próxima aula, não o seu professor.
  - Achei que fosse aluno. Um veterano.
  - Eu sou um veterano... Em partes. Estudei aqui há alguns anos atrás e decidi me tornar professor. Estudei para isso. Eu sou calouro, como você, só que sou calouro como professor.
  Depois de alguns minutos de conversa, para evitar se atrasar, Rebeca se despede do seu novo professor e partiu para a próxima aula. Apesar de achá-lo bonito e simpático, não se passou muito tempo até que Gustavo voltasse a dominar a sua mente. A vontade de falar com ele crescia a cada instante, mas imagina que vá atrapalhá-lo, então nem sequer pega o telefone.
  Por volta das 13 horas, após o termino das aulas matutinas de Rebeca, ela decide, então, ligar para o Gustavo, ela sabia que estava na hora de almoço dele.
  - Olá, Gus!
  - Oi Rê! Tudo bem?
  - Tudo sim. E com você?
  - Eu to bem. To resolvendo algumas coisas para a viajem. Aconteceu algo?
  - Não não, só queria ouvir a sua voz, saber que está bem.
  - Ah sim! Como está sendo o primeiro dia?
  - Está tranquilo. Tive um probleminha para achar a minha sala mas isso é normal. Ainda bem que não perdi a aula.
  - Fico feliz por você.
  - Devo estar te atrapalhando. Olha, vou desligar aqui. Mais tarde começa a próxima aula e não quero me atrasar. A noite a gente se fala?
  - Nos falamos sim. Beijos e boa aula.
  - Beijos.
  Gustavo voltou então a trabalhar e Rebeca foi almoçar.

  Quinta-feira de manhã.
  Gustavo arrumando os últimos detalhes para a viajem. Pouco antes de partir, já dentro do carro, ele decide então ligar para Rebeca. Porém, ela não está atendendo. Ligou duas, três, quatro vezes, mas nenhuma fora atendida. "Ela deve estar dormindo" pensou ele. Porém, quando ele ligou o carro, à sua frente, a figura daquela moça ruiva com uma calça simples e uma regata incomum lhe fez presente. Deixou o carro ligado e foi abraçá-la.
  - Não poderia deixar você partir sem um abraço.
  Aquele abraço tomou conta do seu corpo, envolveu-a de modo que ela não queria sair mais. Sentia-se segura, protegida, amada. Aquele abraço que durou segundos, que pareceu horas, poderia ter durado a vida toda. Ela sentia o cheiro dele e esquecia do mundo. Porém, infelizmente, ele tinha que partir. Antes de partir para o festival, ele ofereceu a ela uma carona até a faculdade. Ela aceitou. Passaria, então, um pouco a mais de tempo com aquele que, de acordo com a sua mente e seu desejo, era o único compatível com o seu coração, sua mente e seus ideais.
  Chegaram, enfim, nas imediações da faculdade. Ela saiu do carro e enrolavam, pois nenhum dos dois queria, de certo, partir. Mas, infelizmente, ele tinha que ir trabalhar. Depois de alguns minutos, assim ele o fez. Partiu, deixando-a ali em pé a olhar o carro virar a esquina. Ela apertou os livros em seu peito, sentiu o perfume dele em suas roupas e foi para a aula feliz.
  Ela estava, de fato, amando-o.