quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Fan Ficton - LubaTV - 1°

  Olá turma. Tudo bem? Eu sou o Luba.
  Todos me conhecem pelo YouTube e o meu canal, o LubaTV (Ou o LubaTV Games). Conhecem grande parte da minha vida, meus pais, meu gato Mint.... Mas o que poucos devem conhecer é a minha história por trás das câmeras, o que se passa comigo quando as câmeras estão desligadas e o microfone não está gravando.
  Pensei bem antes de vir lhes contar isso. Ainda não tenho certeza se é uma boa ideia, mas até eu perceber que fora um erro divulgar isto, já estará na internet para todo o mundo ver, já será tarde demais.
  Meus sorrisos, meus vídeos, piadas, risadas, brincadeiras, babaquices, tudo é apenas um grito de socorro. A verdade é que eu sou um escravo. Escravo da criatura que, por fora é a mais fofa do mundo, mas que possui a mente mais maligna do universo: O Mint.
  Por que eu decidi falar isso agora? Porque ele saiu. Ele sumiu e eu não sei onde ele foi parar. Sinto estar sozinho. Sei que nunca estou. Estou sempre sendo observado.
  Que barulho foi esse? Estou com medo. Está ficando escuro. Apenas a tela do monitor me ilumina e eu acho que o Mint está aqui. Ele me aprisionou no Kanto para que eu não possa gritar por socorro. O barulho parece ter vindo da janela, mas não há nada lá. Toda noite é assim há uns 3 ou 4 anos. Nunca me acostumei e sempre me arrepio. Toda noite.
  Sombras mais escuras que a imensidão da noite andam em volta de mim nas paredes do meu quarto. Sobre a minha cama. Sobre a minha cabeça e sob meus pés. Ele está aqui. Eu sei. Eu sinto.
  Vou tentar fugir. É hoje. Levanto bem devagar dessa cadeira. Todos os meus músculos estão tensos. Arrepiado dos pés à cabeça. Minha mão direita treme junto de minhas pernas, enquanto uma gota de suor rola pela minha testa parando em minha barba. Olhos arregalados olhando ao redor. Há somente duas saídas possíveis. A janela é mais fácil, porem, à essa altura, a morte é certa. Porém, o pesadelo acabaria. A outra saída é a porta onde, caso consiga sair ileso, iniciará uma perseguição pelos confins da escuridão com as sombras atras de mim. As chances de ser pego é quase certa, trazendo um destino pior do que a morte para mim. Mesmo que eu consiga escapar das garras deste demônio peludo de poucos centímetros, passarei a minha vida fugindo.
  Sim, fugir é melhor do que a escravidão que é imposta hoje para mim, mas sempre há o risco grande de ser pego.
  As sombras estão se aquietando. O momento é agora. Ainda não decidi o meu caminho, mas vou tentar sair pela porta. Na pior das hipóteses, dou meia volta e fujo pela janela. Metros e metros de queda. É agora. Mesmo que eu sinta que Ele me abandonou devido a tudo o que eu sofri aqui, que Deus me ajude e me proteja. É agora.
  Meus músculos ficam tensos. Avanço os três metros até a porta num reflexo, já estendendo a minha mão direita até a maçaneta, antes que as sombras reajam, alcanço o meu destino. A tal gota de suor cai, finalmente, ao chão. Finalmente, liberdade. Fugir apenas com a roupa do corpo e a coragem que me moveu a fazer isso. Liberdade.
  Trancado. Ele já previu tudo. A gota chegou ao chão. As sombras avançam até mim. Estou paralisado. O medo me dominou. Deus, perdoe os meus pecados e me leve ao paraíso. Me tire desse inferno.
  Num reflexo, pulo no sofá à minha direita. Caio em segurança longe das sombras. Antes que eu perceba, meus braços protegem a minha cabeça do vidro que estou prestes a quebrar. Meus pés descolaram do chão. estou num caminho sem volta com destino à terra a vários metros sob o patamar que me encontro.
  As sombras avançam sobre mim, numa tentativa de tentar me aprisionar novamente. O vidro voa pelo ar junto do meu corpo em inércia ao infinito destino que me aguarda. A sombra de um gato sentado calmamente no parapeito da janela é a última imagem que tenho antes de chegar ao solo.
  Mint.
  Ele apenas observa a minha decadência. Vejo um sorriso em seu rosto pouco antes de sumir como fumaça.
  Estou, finalmente, livre. Cheguei ao chão. Estou imóvel. Não sinto o meu corpo. Não sinto nem a minha respiração. Ouço passos ao meu redor, mas não vejo quem são. Vivo? Morto? Cabe ao destino nos responder.
  Hoje, turma, é Luba-Feira.