quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Seria amor?

  Olá. Essa será uma rapidinha. Nada muito longo, nada de esperar.
  Meu nome não é importante. Nem o que eu sou e muito menos de onde venho. O que importa é o que vivi e o que tenho a dizer.
  Já vi pessoas se gostarem, se amarem, se odiarem. Ódios transformados em amor. Romances em terror. Mas tem um caso em especial que me deixou intrigado. Essa é a história de uma menina "normal" chamada Carol, e um garoto conhecido como Léo. Dele, só se sabia do nome e de sua aparência, afinal, com ninguém ele conversava, vivia sozinho. Sentava sempre no mesmo canto do pátio e lia vários livros. A cada semana estava com um diferente.
  Certo dia, ela se aproximou, perguntou se poderia sentar com ele para ler. Ele, indiferente, permitiu. Ficaram um tempo calados, cada um entretido com a sua leitura. Eles eram diferentes, principalmente na aparência. Ele era baixo, usava roupas largas e pareciam velhas, mas em bom estado. Ela já era uma garota mais alegre, roupas justas, mas delicada e simples.
  Carol ficou curiosa nele, e queria saber mais sobre o garoto que, todo dia, sentava sozinho para ler. Conversaram durante horas. Esqueceram de seus livros. No fim de tarde, foram para suas respectivas casas, um pensando no outro.
  Os dias passaram, e em poucos eles começaram a se gostar. Saíram juntos algumas vezes, quebraram regras, mas eram românticos. Típicos de filmes. Eles dançaram abraçados no escuro ao som de Sweet Child O'mine acústico, se beijaram na escada do colégio, mandaram cartas, tiraram fotos. Eles eram fofos. (Me desculpem quem não gostou do jeito que eu nomeei, mas eram sim "fofos")
  Porem, Carol, como toda garota, estava confusa, e certo dia, passou a não gostar tanto do garoto que só queria amá-la.
  O tempo passou, eles se tornaram amigos, depois melhores amigos e seguiram a vida assim. Os laços deles ficaram mais fortes do que eram quando namoravam. Continuaram a mandar cartas um para o outro, conversavam todo dia. Eles queriam estar juntos pelo resto da vida.
  Mas o destino foi cruel com eles (Admito que chorei quando isso aconteceu). Eles se mudaram. Ele foi para a Alemanha estudar engenharia e ela ficou no Brasil estudando medicina. Graças à tecnologia não perderam contato, mas a saudade batia forte em ambos.
  Eles viveram. Amaram outras pessoas. Se dedicaram às suas próprias vidas. Cresceram. Mas, num certo dia, quando nós três passamos a nos conhecer melhor, ficarmos mais íntimos, que tudo começou de verdade. Gostávamos das mesmas coisas, das mesmas pessoas, dos mesmos lugares. Rimos e nos divertimos por muitos anos.
  Hoje não tenho muito contato com eles. Eles não precisam mais de mim. Agora eles devem estar sentados numa varanda relembrando esses momentos que viveram juntos. Rindo e se divertindo como sempre.
  Para vocês, isso é amor?