Olá, meu bom e velho leitor amigo, como tem passado?
Lembra-se do nosso último encontro? Foi meio constrangedor para mim o fato de perder nossos protagonistas tão queridos, mas acabei encontrando-os em um café na esquina conversando. Não aconteceu muita coisa desde aquele momento, eles apenas conversaram. Bem, voltemos para o nosso trama.
Após dois meses de amizade dos dois, Renato já pode-se dar como um adolescente comum. Amigos, amigas, alguém para amar. Sonhos, desejos, expectativas, decepções, muitas dúvidas e nenhuma certeza. Acredite se quiser, Renato virou um garoto comum. Nesses dois meses, ele ficava cada vez mais perto dela, ia para a casa dela, ela ia na dele, eles saíam, iam à praça, ao shopping, ao teatro, ao cinema, mas nada de um relacionamento sério (ao menos, nada oficial).
Hoje eles vão ao teatro, mas Renato pensa em fazer algo diferente. Parece que ele criou coragem de pedi-la em namoro. A peça é as 18 horas, mas logo após que acorda já está com um frio na barriga. Não consegue comer, não consegue pensar. Aliás, a única coisa que consegue pensar é nela. Nela e no que ele irá falar.
10 horas da manhã. Renato está em frente ao espelho, só de cueca e meia, ensaiando o que irá falar. "Leila, tem uma coisa que eu quero te falar já faz um tempo" Ele não para, não consegue parar de esfregar as mãos uma na outra. "Não, não" Respira fundo. "Leila, não sei se percebeu, mas... Não, isso vai soar como se eu estivesse fugindo. Esdras, você não quer me ajudar?"
"Como eu faria isso?"
"Sei lá! Me ajuda. O que você falaria? O que faria? Sei lá... Fala alguma coisa".
"Deixe-me pensar... Bem, primeiramente, poderia levar uma flor para ela. Já na hora de falar, poderia ser depois da peça, entrega a flor antes, fala o que você quer depois, e quando você for falar, é só dizer o que o seu coração quer"
"Ele está é gritando..." sussurra Renato.
"O que disse?"
"Nada. Continue".
"Enfim... Eu te vi ensaiando na frente do espelho... Eu acho que não falou nada de errado. É o que sente? É a verdade? Diga. Seja sincero. Diga o que tem de ser dito. Abra o seu coração com ela, mas não fale muito, apenas o bastante e deixe-a pensar, digerir tudo o que você disse. Está entendendo o que eu estou falando?"
"A-acho que sim..." Ele senta-se na beira da cama, apoia os cotovelos na coxa e reflete olhando para o chão.
Ele deixa escapar um riso, um riso tímido, um riso leve e quase imperceptível. "Sabe... o amor é algo estranho. Ele te deixa sem palavras, te faz suar, te faz agir como um idiota. O amor faz o mundo ficar mais belo, do mesmo jeito que parece que, quando se está só, não há vida, ao mesmo tempo que a vida esteja inundando o seu mundo. É tudo e é nada. É o sentimento mais estranho, mas também um dos mais sinceros que há. O mais lindo. Ele desperta o melhor que há em cada ser humano. Mas a melhor parte, é que, por mais belas e sinceras que sejam as palavras, é impossível descrever o sentimento. Nem o poema mais belo que há consegue descreve-lo, não chega nem perto, nem na metade.."
Esdras permanece calado.
"Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?" Renato levanta a cabeça. "Não é isso o que Luis de Camões escreveu? Bem, estava certo, mas não disse nada ainda comparado com o que eu sinto, comparado com o que realmente é. O que eu sinto é muito mais do que isso, algo que não pode se descrever com simples palavras, versos, refrões, canções. O que eu sinto, é AMOR".
Após dois meses de amizade dos dois, Renato já pode-se dar como um adolescente comum. Amigos, amigas, alguém para amar. Sonhos, desejos, expectativas, decepções, muitas dúvidas e nenhuma certeza. Acredite se quiser, Renato virou um garoto comum. Nesses dois meses, ele ficava cada vez mais perto dela, ia para a casa dela, ela ia na dele, eles saíam, iam à praça, ao shopping, ao teatro, ao cinema, mas nada de um relacionamento sério (ao menos, nada oficial).
Hoje eles vão ao teatro, mas Renato pensa em fazer algo diferente. Parece que ele criou coragem de pedi-la em namoro. A peça é as 18 horas, mas logo após que acorda já está com um frio na barriga. Não consegue comer, não consegue pensar. Aliás, a única coisa que consegue pensar é nela. Nela e no que ele irá falar.
10 horas da manhã. Renato está em frente ao espelho, só de cueca e meia, ensaiando o que irá falar. "Leila, tem uma coisa que eu quero te falar já faz um tempo" Ele não para, não consegue parar de esfregar as mãos uma na outra. "Não, não" Respira fundo. "Leila, não sei se percebeu, mas... Não, isso vai soar como se eu estivesse fugindo. Esdras, você não quer me ajudar?"
"Como eu faria isso?"
"Sei lá! Me ajuda. O que você falaria? O que faria? Sei lá... Fala alguma coisa".
"Deixe-me pensar... Bem, primeiramente, poderia levar uma flor para ela. Já na hora de falar, poderia ser depois da peça, entrega a flor antes, fala o que você quer depois, e quando você for falar, é só dizer o que o seu coração quer"
"Ele está é gritando..." sussurra Renato.
"O que disse?"
"Nada. Continue".
"Enfim... Eu te vi ensaiando na frente do espelho... Eu acho que não falou nada de errado. É o que sente? É a verdade? Diga. Seja sincero. Diga o que tem de ser dito. Abra o seu coração com ela, mas não fale muito, apenas o bastante e deixe-a pensar, digerir tudo o que você disse. Está entendendo o que eu estou falando?"
"A-acho que sim..." Ele senta-se na beira da cama, apoia os cotovelos na coxa e reflete olhando para o chão.
Ele deixa escapar um riso, um riso tímido, um riso leve e quase imperceptível. "Sabe... o amor é algo estranho. Ele te deixa sem palavras, te faz suar, te faz agir como um idiota. O amor faz o mundo ficar mais belo, do mesmo jeito que parece que, quando se está só, não há vida, ao mesmo tempo que a vida esteja inundando o seu mundo. É tudo e é nada. É o sentimento mais estranho, mas também um dos mais sinceros que há. O mais lindo. Ele desperta o melhor que há em cada ser humano. Mas a melhor parte, é que, por mais belas e sinceras que sejam as palavras, é impossível descrever o sentimento. Nem o poema mais belo que há consegue descreve-lo, não chega nem perto, nem na metade.."
Esdras permanece calado.
"Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?" Renato levanta a cabeça. "Não é isso o que Luis de Camões escreveu? Bem, estava certo, mas não disse nada ainda comparado com o que eu sinto, comparado com o que realmente é. O que eu sinto é muito mais do que isso, algo que não pode se descrever com simples palavras, versos, refrões, canções. O que eu sinto, é AMOR".