sexta-feira, 25 de julho de 2014

Uma história sem título - Capítulo 3°

  -O que foi aquilo?
  Juliana e Rebeca acabaram de chegar em casa. Ao fechar a porta, Juliana fez tal pergunta à sua prima.
  - Aquilo o que? - Rebeca se fazendo de desentendida.
  -Você pegou da minha bolsa, arrancou um pedaço de papel do meu caderno e usou a minha caneta para anotar o seu telefone para um casa que você acabou de conhecer numa cidade que você acabou de chegar.
  - Ah, isso... Eu sei lá. - Ela se vira de costas e, corando, sorri timidamente olhando para cima lembrando do doce cheiro daquele homem que despertara algo que nem mesmo ela sabia que existia, uma sensação recém descoberta que Rebeca, sem medo algum, quer explorar até o fim.
  Juliana ri. - Você não tem jeito. Rebeca "arrasa corações".
  -Para! Nem sei se ele gostou de mim. Dei o telefone por... por....
  - Idiotice? Burrice? "Carentice"?
  - Impulso. Mas não vou ficar louca esperando um contato do Gus.
  - Gus? Isso lá é nome de homem? Ta mais pra cachorro babão.
  - Gus é apelido. O nome dele é Gustavo.
  -Entendi... - Juliana olha de canto de olho para Rebeca. Imaginando o que poderia estar passando naquela cabeça ruiva.

  Quinta-feira. 6:30 da manhã. Gustavo levanta num salo, alegre pelo novo dia. Fez a sua rotina e foi para o trabalho. Ele estava, definitivamente, pensando nela.
  Ao chegar no trabalho, não desgrudava do celular, pensando se seria certo mandar uma mensagem à ela, ou se é melhor ficar quieto. "Ó duvida cruel". A mente dele dramatiza o próprio momento de dúvida. Chegou até a escrever, mas os dedos travaram na ora de "enviar", até que deixou, com a mensagem escrita, o celular de lado e vou resolver outros assuntos, como se para esvaziar a mente, mas que era sua obrigação, afinal, tem que trabalhar.
  E o dia se passou até o fim do mesmo jeito. O celular com a mensagem escrita e, toda vez que Gustavo o pegava, paralisava, pensando se realmente devia ou não enviar. Até que, próximo do fim do dia, ele decide enviar, mas quase se arrepende em seguida. "O que estou fazendo? Pareço um adolescente. Caramba, eu tenho 25 anos, não preciso ficar com medo assim. Vou esquecer isso. Já foi, já enviei e pronto. Que babaquice a minha". Antes que chegasse no carro para voltar para casa, recebe a resposta.
  - "Gostei de conversar contigo ontem, Rebeca"
  - "Eu também. Podemos sair qualquer dia desses para conversarmos mais" - Um sorriso de canto de boca lhe apareceu involuntariamente.
  - "Verdade. Esses dias por agora não dá, pois tenho algumas matérias importantes para cobrir. Mas assim que conseguir um momento legal, podemos sair sim. Vai ser interessante".
  - Tá marcado então, senhor "ocupado". - Ele deixou escapar uma risada. Entrou no carro e dirigiu até em casa. Nisso, ficaram quietos. Não houve mais nenhuma mensagem enviada até a chegada em casa.

  -Não acredito. Realmente não acredito. - Rebeca olha com indiferença para a amiga que se fazia de "indignada". - Você está dando mole para um cara bem mais velho que você?
  - Não é "bem mais velho". Ele só tem 25.
  - E você 19. Você não tem jeito mesmo.
  Rebeca se deixou cair de costas na cama. - Não sei explicar, eu senti algo que jamais havia sentido na vida. Parecia até o destino gritando na minha cara "É ele".
  - Para, né. Esse papo de destino de novo? E outra, se o destino "gritou" na sua cara, se eu te conheço, deve ter dito "Não larga desse cara se não vai virar uma solteirona cheio de gatos".
  - Não vale, Ju. Sabe que eu gosto de gatos. Maldade com os bichinhos.
  Juliana se jogou sobre Rebeca e as duas ficaram rindo.
  Algum tempo depois, quando pararam de rir, Rebeca soltou um suspiro longo. - Mas é sério, - disse ela - eu senti algo com ele, senti algo nele que era diferente. Ele é lindo, cheira bem, faz jornalismo e me perdi nos seus olhos azuis. E o melhor de tudo: De tudo que conversamos, percebi que ele tem, no mínimo, bom caráter. Mas quero sair mais com ele e conhecê-lo melhor.
  - Ao menos isso...
  Depois, as duas ficaram conversando sobre outros assuntos completamente diferentes. Fizeram a janta juntas, rindo e conversando. Elas estavam se divertindo como se fossem crianças mesmo. E quando menos esperava, Rebeca recebe uma mensagem. Rindo, ela pega o celular, mas, aos poucos, as feições vão mudando para um ar mais sério. Quando Juliana já estava se preocupando, afinal, algo grave pode ter acontecido, Rebeca deixa escapar um pequeno e singelo sorriso no canto de sua boca. - É ele, não? - Perguntou sua prima com toda a calma. Muda, ela apenas mexeu levemente a cabeça cima a baixo, apertando o celular contra o peito, e sorrindo cada vez mais feliz com o que acabara de receber. Ela digitou algo rapidamente e voltou à programação que fora interrompida.
  Depois de muita risada, brincadeiras e sujeira, finalmente estava pronto. Uma leva de 6 cupcakes. "Agora vem a melhor parte" pensou Rê, e, após tirar do forno, começaram a decorar delicadamente um por um dos bolinhos. Cada um recebendo uma decoração diferente. Bagunça e muita sujeita depois, estava pronto. Comeram, saborearam e chegaram ao veredicto de que estavam todos perfeitos. Mas havia sobrado um que Rebeca escondera. A cobertura era simples: Um espiral de chantili com o escrito "GB"
  Mais tarde, quando se deitaram, Rebeca com o celular sobre o peito e com um sorriso enorme na face, adormece alguns segundos antes da luz do aparelho se apagar.
  - "Boa noite Rebeca Tayllor"
  - "Boa noite Gustavo Bertran"

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