quarta-feira, 30 de julho de 2014

Uma história sem título - Capítulo 5°

  - Vamos dorminhoca, hora de levantar. Vai se atrasar para o seu primeiro dia na faculdade. - Grita Juliana arrancando as cobertas de cima de Rebeca e abrindo a janela, deixando a luz do sol invadir o quarto.
  Rebeca se levanta aos poucos, ainda lembrando da noite anterior. "Como eu vim parar aqui" ela pensa. "Não me lembro de ter caminhado para o meu quarto, muito menos voltado para casa" ela esfrega os olhos, franze a testa e passa a mão no cabeço despenteado. "Será que foi tudo um sonho? Não pode ser". Rebeca então cheira a sua roupa e sente o cheiro de Gus. Deixou, sem perceber, escapar por entre os lábios.
  - Será que ele esteve aqui?
  Juliana, que estava se arrumando no banheiro, se adiantou à fala egocêntrica de sua prima. - Você dormiu no carro dele. Ele te trouxe e te colocou na cama. Estava desmaiada. Ao menos ele é educado.
  Rebeca enrubesceu-se e calou, deixando escapar um leve sorriso no canto de sua boca. Levantou-se, então, feliz, pois a noite fora real. Deitou ao lado daquele homem e ficaram olhando as estrelas. Sentiu o bater ritmado do coração dele, o doce toque das mãos dele em suas costas. Ela o sentiu como nunca havia sentido homem algum.
  Enquanto isso, não muito longe, Gus está finalizando as suas pesquisas no jornal. Nervoso devido ao pouco tempo que tem, ele olha, de vez em quando, para o seu celular. Nele, há a uma foto de Rebeca, a única que ele tem dela. Ela tirou quando estavam sentados no parque rindo. Ele não para de pensar nela.
  Lá na universidade, Rebeca está tímida, andando pelo campus com a cabeça baixa, passos lentos, fone de ouvido e sozinha, procurando o lugar da sua primeira aula. Meio perdida, ela anda sem rumo a procura do lugar certo, mas com vergonha de perguntar a alguém. Um jovem rapaz de cabelos negros aborda ela após reparar que aquela moça parecia estar perdida.
  - Oi! Com licença... Você é uma caloura?
  - O-oi - Disse rebeca tirando o seu fone enquanto o cabelo cobre o seu olho esquerdo - Hoje é o meu primeiro dia, então eu não sei onde tenho que ir.
  -Me desculpe, não me apresentei. O meu nome é Marcelo.
  - Rebeca, Prazer. Pode me ajudar? Sabe me dizer para onde eu tenho que ir?
  - Tudo bem - Disse ele simpaticamente - Aconteceu quase a mesma coisa comigo. A diferença é que ninguém me ajudou e eu cheguei na sala faltando 20 minutos antes de terminar a aula. - Eles riram - Onde precisa ir? Qual é a sua primeira aula?
  Rebeca fica quieta, mas mostra um pedaço de papel contendo as informações que ele queria saber. Ele lê e, rapidamente, abana a cabeça levemente.
  - Entendi. A sua aula começa daqui uns 10 minutos neste prédio atrás de mim. A sua sala fica no segundo andar. De lá, você saberá onde fica a sua próxima aula, então não se preocupe. As salas tem número, é só achar a sua. 
  Ela agradeceu meiga e timidamente enquanto ele responde com um simples sorriso e cada um segue o seu caminho.
  Ao chegar na sua sala, sentou em um lugar aleatório e ficou esperando junto a um livro.
  - Bom dia, classe! - Veio uma voz algum tempo depois que ela chegou. Guardou o seu livro e se preparou para a aula que estava a começar. Quando olhou para o professor, alguém que ela jamais imaginaria que poderia ser. - O meu nome é Marcelo e eu sou seu professor hoje e serei o seu professor nesse mesmo dia nessa mesma hora durante o resto do seu primeiro período. - Ele olhou para Rebeca e deu um sorrido. - Espero que gostem do curso assim como eu gostei. Garanto-lhes uma coisa: Vocês não vão se divertir e alguns de vocês vão, praticamente, me odiar.... O resto com certeza.  - A turma riu.
  Rebeca abaixou um pouco a cabeça e simplesmente sorriu. Quando ele a olhou novamente, ela disse, sem emitir nenhum som, "Obrigada". Ele entendeu e simplesmente sorriu.

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